domingo, 3 de agosto de 2008

A CIDADE SAGRADA


A Cidade Sagrada é constituída apenas de túmulos dos mestres juremeiros, envolvidos por centenas de pés de jurema, Para o culto, os seguidores obedecendo á Rainha Jurema, não admitem casas cobertas com telhas, elas tem de ser de palha, inclusive as paredes. No centro, um altar com uma estatueta e apetrechos para despachos, uma gaita mestra, um cachimbo de barro que foi de Maria do Açaís”primeira”, aguardente só quando “Zé Pelintra” aparece.

Alhandra é o país da Jurema, é o berço de “Zé Pelintra”, santo desse reino estranho e seu mais destacado protetor.Segundo mestre Carlos Leal, ele foi muito perseguido e era fichado na policia como catimbozeiro. Com Maria do Açaís morta em 1937 e mestre Casteliano falecido em 1923, tomava sempre as providencias possíveis para escapar à ação policial.

A PRIMEIRA ARVORE

Nesse estranho mundo que é Alhandra, seu chão é coberto por pés de jurema. Damiana esta cansada e quase não trabalha mais em seu terreiro outrora famoso. Ela conta que os praticantes de umbanda em Alhandra nome quase místico, se originaram de antigos feiticeiros índios. Crê também que a jurema foi a primeira arvore que Deus plantou quando criou o mundo.Arvore que causa arrepios nos mais crédulos e estrapadas violentas nos incautos, estava ameaçada pelo progresso que os juremeiros designam de outro modo, lutando pela preservação.

O CRESCIMENTO DO CULTO

A jurema, arvore centenária, tipicamente nordestina, cresceu de tal forma como cresceu sua seita hoje uma religião, reunindo a maior parte dos adeptos do espiritismo na Paraíba. Para a Federação dos Cultos Africanos da Paraíba é importante uma campanha de divulgação ao grande publico da Paraíba “muitas pessoas inescrupulosas, afirma seu presidente se dizem conhecedoras do ritual e através de publicações, ensinam normas erradas e ervas perigosas que podem causar a morte aos curiosos. Um egum mal controlado é altamente perigoso, nenhum livro que tenha versado até hoje sobre o assunto é reconhecido como oficial, pois um ritual profundo e misterioso não pode ser ensinado em livros e sim através de iniciação por um mestre que tenha suas raízes no Açaís ou Alhandra”.

Vinde, vinde, jurema

Juremeinha minha

Jurema sagrada

Jurema rainha

Ali bem pertinho de João Pessoa esta a Cidade Sagrada de Jurema, as arvores e os seguidores da religião, resta preserva-los porque a jurema para os paraibanos adeptos de umbanda é um símbolo cabalístico da entidades dos orixás.

Texto transcrito em sua integra do Jornal UMBANDA NO LAR , primeiro exemplar datado de Novembro 1977, uma publicação da Federação dos Cultos Africanos do Estado da Paraíba, idealizado pelo então presidente Carlos Leal Rodrigues ( hoje falecido) copia cedida pelo babalorixá Francisco Cardoso da Silva, residente na cidade de João Pessoa/PB.

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